
No dia 25 do onze de dois mil e seis, o humor brasileiro amanhecia de luto. Perdera, no dia anterior, o melhor humorista em interpretações de piadas que o país já conhecera.
Vítima de um acidente de carro na BR-304, a 50 km de Mossoró, não deixou de frasear pelo fato de sempre correr muito nas pistas: "No dia em que eu sofrer um acidente, nem minha alma escapará!" - disse David Cunha Alves de Araújo.
As noites de humor em Fortaleza não são mais as mesmas. Hoje, a capital do humor conta com um reduzido número de humoristas talentosos e um 100 número de verdadeiros palhaços que sobem ao palco para enojar quem gosta da sexta arte (teatro) sendo bem tratada. Ir ao teatro para ver Espanta valia muito mais a pena do que ir pra ver uns 3 ou 5 humoristas cearenses, todos juntos, numa só noite.
Adamastor Pitaco já disse: "ele era tão bom no que fazia, que representava as minhas piadas melhor do que eu e, por causa disso, deixei de contá-las". E ontem, Lailtinho Brega fez coro: "Se Espanta pegasse uma piada de algum humorista, pronto, podia esquecer de contar aquela piada, porque ele contava a piada como ninguém, ele conseguia contar a piada de forma perfeita”.
E essa afirmativa dos dois é exata. João Cláudio Moreno é um notável humorista brasileiro, um dos melhores imitadores que esse país tem, consagradíssimo, mas foi contar justamente a piada que Espanta eternizou, a do Cabaré da Leyla. O resultado? Um desastre. Fuleragem, humorista famoso em Recife, contou a do cigarro, onde o "fresco" pede um cigarro no avião. Não contou tão desastrosamente, mas a inferioridade se fez presente.
Assim foi Espanta. Um homem-show. Um grande intérprete. Assim É Espanta: ainda hoje, o melhor de todos, pois enquanto não aparecer outro piadista melhor, Espanta continuará sendo, mesmo depois de falecido (morto ele só está para quem o esqueceu), o melhor intérprete brasileiro de piadas de todos os tempos.
Fontes: CORREIO DA TARDE
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